segunda-feira, 28 de março de 2011

Controle de mamite

A  mamite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais diversos agentes. Os agentes mais comuns causadores de mamites são as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros agentes de importância causadores de mamites são  os coliformes. 

   É preciso trabalhar preventivamente no controle de mamite pois é uma doença que está sempre para surgir repentinamente. Esta é uma doença de manejo. Para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o manejo da propriedade. Quando os índices desta doença se elevam, significa que uma ou mais ações dentro do manejo está sendo executada de forma inadequada. Vale ressaltar que as mamites ambientais são esporádicas e podem acometer qualquer dos animais em lactação.
   Dentro deste manejo da propriedade devemos levar em consideração todo o processo realizado diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto,  vem para a ordenha e voltam para o pasto.
   Não importando a forma de ordenha seja ela mecânica ou manual  deve ser observado a condução de todo o processo pois é um dos grandes causadores de mamite quando a própria ordenha não é bem conduzida. No processo com ordenha mecânica, os equipamentos devem ser conduzidos como recomendado pelos fabricantes. As trocas de peças e borrachas, tem que ser executada dentro do que for recomendado pois assim como o  nível de vácuo, tem que estar conforme o recomendado pois tanto o excesso como a falta deste vácuo são grandes fatores predisponentes para o aparecimento de mamite. Estes são exemplos do que pode facilitar a presença da mamite.
   Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mamite. O “CMT” (California Mastitis test) é um teste que pode ser realizado  no campo, muito prático porém deve ser executado por profissional treinado. A contagem de células somáticas “CCS” é outro exame que é usado para o diagnóstico da mamite, este é feito em laboratório. Estes dois meios de diagnóstico, são utilizados par diagnosticar a mamite sub-clínica. Esta mamite ocorre com certa freqüência nos rebanhos. É a mamite que não podemos enxergar a olho nu, porem ela é a precursora da mamite clínica. A mamite clínica é aquela que se pode ver a olho nu.
   Outro teste que pode ser auxiliar no diagnóstico da mamite é a cultura . Toma-se uma porção do leite afetado e faz-se uma cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o causador da mamite. 
   O teste prático mais eficiente é o teste da caneca telada ou de fundo escuro. Este é o teste que se deve fazer a cada ordenha. Ele detecta a mamite clínica nos primeiros jatos de leite. Quando a mamite clínica aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos que  são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada onde os grumos serão visualizados com mais facilidade. Devido ao contraste do fundo da caneca  com os próprios grumos estes ficam mais aparente. Neste caso estamos frente a mamite clínica.
   Nos caso de mamite clínica, o animal deve ser retirado do recinto e ser ordenhado mais tarde após os outros sadios. Dependendo da gravidade da mamite o animal deve ser ordenhado fora do local de ordenha para não contaminar o ambiente. Se a mamite for crônica o animal deve ser descartado.
   No caso de controle adequado da mamite, pode-se utilizar a linha de ordenha onde primeiramente são ordenhadas as vacas sadia, depois as que já tiveram mamite e foram curadas e no final aquelas que estão com mamite e em tratamento.
   O tratamento das vacas com mamite varia de acordo com o caso apresentado. De um modo geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas em torno de quatro no período do dia e se for o caso de necessidade de medicamento, tratar somente após a ultima ordenha do dia.
   As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esta fase. Existe no mercado vários medicamentos para tratamento preventivo de vacas neste período de descanso. É bom lembrar que estes medicamentos nunca devem ser utilizados para tratar mamites comuns, pois eles são próprios para a prevenção da mamite no período seco.

Fonte: Embrapa CNPGL

sábado, 5 de março de 2011

Estação de monta


Por que fazer estação de monta

Profissionalizar a atividade de cria no gado de corte passa necessariamente pela implantação da estação de monta na propriedade.
A ocorrência de nascimentos dos bezerros, durante todo o ano, prejudica seu desenvolvimento devido à maior incidência de doenças, de parasitos e também à menor disponibilidade de pastagens para as matrizes, durante o período de lactação.
A falta de uniformidade (idade e peso) dos bezerros nascidos dificulta o controle zootécnico e sanitário.
O retorno financeiro nas fazendas de cria, é proveniente do maior índice de fertilidade do rebanho. O ideal é que uma vaca pare um bezerro por ano.

VANTAGENS DA ESTAÇÃO DE MONTA:


  • A estação de monta coincide com a época de melhor qualidade e maior disponibilidade de pastagem, o que proporciona condições adequadas para o restabelecimento da atividade reprodutiva de fêmeas e reprodutores, resultando em maiores índices de prenhez, devido a alta viabilidade embrionária.
  • Com sua utilização podemos fazer com que as vacas comecem a parição na época mais propícia do ano  (agosto a outubro), quando é baixa a incidência de doenças nos bezerros, como a pneumonia e parasitos,( carrapatos, bernes, moscas e vermes.)
  • A concentração de parições, além de facilitar as atividades rotineiras do manejo reprodutivo, propicia também a adoção de outras práticas como: a sincronização dos cios e a inseminação das matrizes.
  • O descarte de vacas vazias (identificadas durante o diagnóstico de gestação de abril a maio) ocorre antes do inicio da seca, além de liberar o pasto para as fêmeas prenhes, possibilita a seleção de matrizes para melhor eficiência reprodutiva.
  • Maior facilidade de identificação das fêmeas com baixa produção( bezerros leves a desmama) permite  identificar animais improdutivos e descarta-los.
  • A concentração dos nascimentos na época mais adequada do ano resulta em lotes uniformes de bezerros.
  • A estação de monta,  permite a adoção com eficiência, de diferentes práticas de manejo, tais como, a desmama precoce, a suplementação, os esquemas de vacinação e vermifugação, que visam à redução da mortalidade e o aumento do peso à desmama, reduzindo substancialmente os custos de produção.
  • A desmama dos bezerros aos 6-7 meses de idade, efetuada de fevereiro a abril, elimina o estresse da amamentação durante a seca.
  • Um período longo de descanso do reprodutor garante uma plena recuperação do touro; proporcionando menos desgaste e melhores condições para a manutenção da atividade reprodutiva.
  • Os machos inférteis e com baixa fertilidade, podem ser identificados e substituídos, por meio de exames andrológicos completos, nos meses que antecedem a estação de monta.
  • O custo de implantação da estação de monta em uma propriedade é zero.
  • É uma prática de fácil adoção.
DESVANTAGENS:
   
A única desvantagem deste sistema consiste na desmama dos bezerros no início do período seco.
Esta desvantagem pode ser corrigida com uma suplementação a base de sal proteinado durante este período.

IMPLANTAÇÃO DA ESTAÇÃO DE MONTA:

Produtores que manejam os touros na vacada durante todo o ano, devem, iniciar com uma estação de monta de seis meses( outubro à março).
Sua redução deve ser gradativa, para que não haja prejuízo na produção de bezerros.
Já no segundo ano, ela pode cair para quatro meses (novembro à fevereiro); e depois partir definitivamente, para três meses (nov/dez à jan/fev).
Um dos principais entraves para o sucesso da estação de monta, está na condição nutricional das matrizes; o  manejo ideal das pastagens e minerais deve ser observado.
Problemas de fertilidade e de saúde dos touros e das matrizes, subnutrição, devem ser prevenidos para a implantação da estação de monta.
peso mínimo das novilhas para a primeira monta deve ser de 300 kg, para não prejudicar seu desenvolvimento.
Como o intervalo parto-concepção é maior em novilhas de primeira cria, recomenda-se que o início e o término da estação de monta para novilhas sejam antecipados em pelo menos 30 dias, em relação ao das vacas, terão, portanto maior período de descanso para a estação de monta seguinte aumentando as chances de repetição da prenhez, devido ao maior tempo para a recuperação e restabelecimento da sua atividade reprodutiva.

É importante manter boas condições nutricionais com energia e proteína para as vacas, no período entre 60 dias antes do parto( necessário para a formação do feto) e de 90 dias pós parto (fase principal para o desenvolvimento do bezerro), para que as vacas do rebanho obtenham bons índices de fertilidade. 




Fonte: Nutroeste    Waldson Costa
                           Médico Veterinário
                          Nutroeste Nutrição Animal





Retirado do site Ruralpecuaria

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pequena no tamanho, mas de grande valor, a chinchila tem na criação para abate uma atividade muito rentável. Como animal de estimação, o mamífero roedor também tem seus encantos. Dócil, amigável e brincalhão, é visto como um companheiro comportado e se adapta bem à vida em gaiolas e viveiros. Sem muitos custos de manutenção, a criação é uma ótima opção para obter lucro em quatro anos. 

Sobretudo no mercado internacional, as peles de chinchila alcançam preços altos, devido à elevada demanda. Os brasileiros são um dos principais produtores do material. A mercadoria nacional tem interesse destacado nos países europeus, asiáticos e da América do Norte. O rigoroso inverno dessas regiões é o clima adequado para aproveitar o aconchegante calor oferecido pelas roupas costuradas com peles de chinchila. 

Por contarem com uma densa camada, os pelos da chinchila são resistentes e têm boa capacidade de aquecimento. Com mais de 30 tons, o cinza-azulado é o mais cobiçado pela indústria da moda. Com toque macio e leve, os pelos finos do animal dão caimento perfeito para o feitio de casacos, estolas e outros artigos têxteis.

Originária da região dos Andes entre Peru, Bolívia, Chile e Argentina, a chinchila já teve sua pele usada como vestimenta por índios e civilizações antigas. Em cativeiro, a atividade foi disseminada, na década de 1920, a partir da iniciativa de um criador americano – que contribuiu para evitar a extinção da espécie, que, à época, era ameaçada pela indiscriminada caça predatória. 

Aqui, a produção é mais encontrada nos estados da Região Sul, além de São Paulo e Rio de Janeiro. Em locais com temperaturas muito altas – que podem causar o surgimento de fungos no animal –, a recomendação é usar ar-condicionado no ambiente de criação. Embora a chinchila seja rústica, a boa higiene do viveiro, a presença de ventilação e a alimentação de qualidade contribuem para o conforto e impedem condições de estresse. 

Com 25 a 30 centímetros de comprimento e peso de até 800 gramas, a chinchila é ativa à noite, enquanto que durante o dia passa mais tempo dormindo. A alimentação é à base de ração e plantas, pois ela é herbívora, e, como trata-se de um roedor, materiais para gastar os dentes são bem aceitos. Por esse mesmo motivo, é bom que equipamentos e acessórios nas instalações de criação sejam de metal. Pertencente à família Chinchilidae, a chinchila pode viver até 15 anos sem exigir muitos cuidados. 

*Carlos Peres é presidente da Achila (Associação Brasileira dos Criadores de Chinchila Lanígera), Av. Francisco Matarazzo, 455, CEP 05001-300, São Paulo, SP, tel. (11) 3865-9237, 4667-1324 e 9199-0539, achila@achila.com.br,www.achila.com.br 
Onde adquirir: a Achila indica vendedores em todo o país 
Mais informações: há várias entidades regionais representativas, como a Asbrachila (Associação Sul Brasileira de Criadores de Chinchila); Achilerj (Associação dos Criadores de Chinchila do Estado do Rio de Janeiro); a Aparchila (Associação Paranaense de Criadores de Chinchilas); e a Ascachila (Associação Catarinense dos Criadores de Chinchila) 



Fonte: Globo Rural

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Manejo de bezerros

O programa de manejo de bezerros recém-nascidos até a desmama é fundamental para assegurar o bom desempenho dos animais após a desmama além de que nesta fase, ocorrem os maiores problemas de mortalidade de animais. Da mesma forma que animais adultos (produção vs manutenção), a demanda nutricional de bezerros é subdividida em duas categorias: demanda protéica e energética de manutenção e demanda protéica e energética de crescimento. A demanda de manutenção pode ser descrita como a quantidade de energia e proteína necessária para atender às necessidades funcionais do organismo e está associada ao tamanho corporal, ou seja, quanto maiores forem os bezerros, maiores serão suas exigências de manutenção (funções vitais). A demanda de crescimento, por sua vez, está associada à quantidade de nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento de tecidos corporais. Assim como animais adultos, em bezerros, a primeira exigência a ser atendida é a de manutenção. Uma vez atendida a necessidade de energia e proteína para manutenção, o excedente de nutrientes passa a ser utilizado no crescimento.
Os bezerros nascem sem resistência a doenças e portanto necessitam adquirir resistência, a partir da ingestão de colostro. A alimentação com colostro (o primeiro leite secretado após o parto) é crítico nas primeiras 24 horas de vida. A absorção de anticorpos rapidamente declina após o nascimento, com 2/3 dos anticorpos ocorrendo na alimentação animal. O colostro também tem um importante papel no controle da atividade microbiana danosa a nível de intestino.
A qualidade do colostro é baixa em vacas de primeira e segunda lactações, vacas mal manejadas no pré-parto e sob condições ambientais de estresse.
Devido a importância do bezerro ingerir a quantidade adequada de colostro (3,5 litros) o mais rápido possível após o nascimento, é importante certificar se o bezerro irá mamar ou ingerir o colostro. A utilização de mamadeiras ou baldes para os bezerros é mais desejável que deixar o bezerro mamar, pois desta forma se conhece a quantidade consumida. Algumas pesquisas tem mostrado que entre 40 e 50% dos bezerros ou não mamam ou não consomem a quantidade de imunoglobulinas necessárias à proteção de doenças.
Uma questão amplamente debatida refere-se a quantidade ideal de leite a ser fornecida para o desenvolvimento de bezerros. Tradicionalmente, em função de diversos resultados experimentais, tem-se adotado, como padrão, o fornecimento de 4 litros/dia. De acordo com os dados apresentados em pesquisas, comparando o crescimento de bezerros submetidos a diferentes quantias diárias de leite, não encontramos diferenças no desenvolvimento de bezerros alimentados com 4 litros de leite em relação a animais submetidos a doses maiores de leite/dia. Entretanto, a recomendação básica, de acordo com pesquisas mais recentes, seria o fornecimento associado ao peso corporal, ou seja, uma dieta líquida representando 12% do peso dos bezerros (peso vivo). Assim, por exemplo, um animal com 45 Kg deveria, teoricamente, receber 5,4 kg de leite/dia. Desta forma, devemos ter em mente que, ao padronizarmos a oferta de leite para bezerros, de uma forma ou de outra, estaremos sub ou superalimentando um determinado animal.
É importante ter conhecimento que o aporte de energia atua como fator limitante no crescimento. Em outras palavras, um animal consumindo energia além da sua necessidade de manutenção utiliza o excedente na conversão protéica da dieta em tecido corporal. O fornecimento de pouca energia ou um desbalanceamento na quantidade de energia e proteína na dieta de bezerros atua, também, como fator limitante no desenvolvimento dos mesmos.
Para o animal recém-nascido, o objetivo deve ser de fazer com que seu rúmen venha a se tornar funcional o mais rápido possível. O desenvolvimento ruminal está associado a desenvolvimento das papilas deste compartimento estomacal, via suprimento de ácidos graxos voláteis, especialmente propionato, vindo do fornecimento de concentrado. Uma ração de alta qualidade precisa ser oferecida aos animais a partir de 3 a 7 dias de idade. Pequenas quantidades oferecidas e recusadas devem ser removidas do cocho para manter a ração fresca. Pesquisas com altos níveis de proteína não degradada e gordura são variáveis. A adição de uma fração fibrosa a uma dieta inicial de bezerros pode auxiliar no atendimento das exigências iniciais de feno (antes de um mês de idade).
Nas condições nacionais, existe uma grande diversidade de procedimentos na forma de criação de bezerros, dificultando a adoção de critérios adequados para desamamentar. Dessa forma, a desmama pode ser feita com base na idade da cria, na quantidade de ração consumida diariamente no ganho de peso, no peso corporal e na combinação desses critérios. Há evidências de que o impacto da desmama é menos severo nas crias quando estas são desmamadas com base no peso vivo (tamanho corporal) do que de acordo com a idade, pois permite que essa prática ocorra mais próximo de uma idade fisiológica mais eqüitativa das crias.
Geralmente, a desmama é realizada quando o animal está ingerindo por volta de 1 Kg de concentrado/dia. Desta forma, quando desmamadas, as bezerras estarão consumindo uma quantidade de concentrado suficiente para atender às suas exigências nutricionais. Quando o manejo de bezerras é bom e o concentrado é de boa qualidade, isso pode ocorrer em torno de 6 à 8 semanas de vida. Quando o consumo de concentrado é abaixo de 500 g/dias o rúmen ainda não está completamente desenvolvido e caso a bezerra esteja consumindo forragens, ao contrário de que muitos pensam, esse desenvolvimento ainda é mais comprometido
O fornecimento de forragem também é importante para o desenvolvimento do rúmen, entretanto, o seu consumo depende da sua qualidade. Muitos produtores adotam o manejo do fornecimento de feno para esta categoria animal. No entanto, o fornecimento de material de baixa qualidade (elevado FDN), devido a baixa eficiência (baixo consumo), torna-se ineficiente e mais caro que o fornecimento de concentrado.

Fonte: Rural Pecuária

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ano deve ser bom para setor de carne bovina, avalia CNA

O ano de 2011 tem tudo para ser muito bom para o setor decarne bovina do país, de acordo com informações apresentadas nesta quinta-feira (10/02) pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A previsão do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da instituição é de que as exportações de carne bovina somem 2 milhões de toneladas neste ano, aumento de 25% em relação a 2010. 

A União Europeia vem retomando lentamente as compras de carne bovina in natura brasileira, produto que sofreu embargo, no início de 2008, por inadequações no sistema nacional de rastreabilidade do gado. A diminuição drástica das exportações para o bloco econômico, no entanto, está sendo compensada pelo crescimento de mercados que importam carnes menos nobres, a um preço menor, como Rússia, Hong Kong e países do Oriente Médio. Assim, o Brasil conseguiu, no ano passado, vender US$ 3,86 bilhões em carne bovina in natura, aumento de 27% sobre 2009. 

Embora os custos de produção tenham aumentado cerca de 21% durante 2010, o preço da arroba do boi sofreu valorização de 40%, recuperando a margem de lucro do produtor. Na comparação entre o mês de janeiro dos últimos anos, o valor da arroba passou de R$ 74,24 no início de 2008 para R$ 80,81 em 2009, R$ 75,09 no ano passado e R$ 101,85 em 2011. 

Para melhorar a imagem ainda desgastada do sistema produtivo brasileiro no mundo, principalmente em mercados como Oceania e Ásia - fechados para a carne bovina in natura brasileira por conta de o país ter áreas não reconhecidas internacionalmente como livres de febre aftosa com vacinação -, os representantes do setor estão apostando no Congresso Internacional da Carne, marcado para os dias 8 e 9 de junho em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. 

O estado, segundo maior produtor nacional de gado, obteve, na semana passada, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o status de livre de aftosa com vacinação para a área na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, a única de seu território que ainda não tinha o reconhecimento. Durante o congresso internacional, os participantes devem visitar propriedades pecuárias e conhecer melhor o sistema de criação de gado no país.



Fonte: Globo Rural

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tratamento de madeira para cerca



Quais as vantagens que o tratamento de preservação de madeira oferece?

É um método simples e barato.

Pode ser feito pelo produtor o ano todo na propriedade.

Aumenta a vida útil da madeira em 5 a 7 vezes.

O que é necessário para tratar o eucalipto? 

Dois tambores de 200 litros abertos na boca, de preferência de plástico. Se forem de latão, pintá-los internamente com duas demãos de Neutrol ou outro impermeabilizante por causa da ação corrosiva do cobre.


 Um balde para 10 litros. 
 Um bambu, um galho de eucalipto ou uma pá de madeira para a mistura dos produtos na água. 
 100 litros de água limpa.

 Dois e meio quilogramas de sulfato de cobre (ação fungicida).

 Dois e meio quilogramas de dicromato de potássio ou dicromato de sódio (ação fixadora).

 Meio quilograma de ácido bórico (ação inseticida). 
 30ml de ácido acético glacial ou 120ml de vinagre (acidificante)
 Palanques roliços de madeira verde, com diâmetro máximo de 25cm e altura máxima de 3 metros.

Qual a utilidade dos tambores?

Num tambor, a solução será preparada e armazenada para ser usada quando necessário.

No outro tambor, serão colocados os palanques e depois a solução preservadora, quando estiver preparada.

Como deve ser o preparo da solução? 

 Primeiramente, colocar em um dos tambores 100 litros de água aos quais serão adicionados os três produtos químicos descritos, um por vez. Porém, cada um dos produtos deve ser previamente diluído no balde com 5 a 6 litros de água e somente então pode ser transferido para o tambor da solução. Após a colocação de cada produto no tambor de 100 litros, a solução deve ser agitada para total diluição.

Deve-se adicionar inicialmente o ácido acético e depois os outros produtos.

Como preparar a madeira para receber o tratamento? 

O corte da madeira pode ser feito com motosserra, serrote, traçador e, até mesmo, machado, desde que bem afiados.

 A madeira deve ser verde e roliça, proveniente de árvores sadias. 

 Devem-se preferir árvores com o mínimo de galhos nos dois terços inferiores do tronco. 
 A madeira deve ser cortada no máximo 24 horas antes do tratamento. 
 A casca do eucalipto deve ser retirada minutos antes do tratamento. 
 Caso a madeira seja cortada para ser tratada no dia seguinte, não retirar a casca e deixar os palanques deitados à sombra.
 A retirada da casca deve ser feita batendo-se com uma marreta na casca, porém com cuidado para não machucar os vasos da madeira branca. 


Quais os procedimentos do tratamento? 

Para facilitar o manuseio das madeiras, que serão colocadas do tambor vazio, enterrar, se possível, esse tambor uns dois terços de sua altura.
A madeira cortada e descascada deve ser colocada dentro desse tambor de forma que todos os palanques fiquem com os pés para baixo e a ponta para cima.

É importante a retirada do limbo que se encontra entre a casca e a madeira branca. Isso pode ser feito com uma escova de aço e um pano.

Proteger o fundo do tambor que irá receber os palanques, com pedaços de borracha ou, até mesmo, com pedaços de casca de eucalipto.

Em seguida, colocar a solução preservadora nesse tambor com as madeiras até a altura de 60cm (segundo friso do tambor, de baixo para cima), por um período de sete dias.

Após esse período, inverter a posição da madeira no tambor ( pé para cima e ponta para baixo), deixando por mais três dias

O que fazer com a solução que restou do tambor reserva?

A seiva que se encontra dentro dos vasos da madeira vai se evaporando pelo topo dos palanques. A solução preservadora vai sendo sugada por essa madeira de baixo para cima e vai ocupando os espaços no interior dos seus vasos, substituindo a seiva. Com isso, o nível da solução do tambor com as madeiras vai baixando e necessita ser completado, diariamente, garantindo a altura mínima de 60cm. Entretanto, antes de colocar a solução no tambor das madeiras, é importante lembrar que deve-se agitá-la para misturar bem.

Em quanto tempo a madeira estará pronta?

Sete dias após o início do tratamento, o nível da solução estará estável e os palanques exibirão uma coloração escura que, depois de seca, ficará esverdeada. Então, os palanques devem ser virados de pé para cima e ponta para dentro do tambor, permanecendo, assim, por mais três dias.

Após esses três dias, devem-se retirar as madeiras e empilhá-las para secar à sombra por um período de 25 a 30 dias, podendo, então, os palanques ser enterrados. É preferível que os furos e os entalhes sejam feitos antes do tratamento.

Qual o custo desse tratamento? 

Considerando-se apenas os preços dos produtos químicos, o tratamento para cada palanque ou moirão de aproximadamente 12cm de diâmetro por 2,20 metros de altura custará por volta de R$ 2,00.

Lembretes importantes:

1-No verão, caso apareçam traças furando a madeira já tratada (orifício de postura), devem-se adicionar, nos próximos tratamentos, 30ml de inseticida piretróide (Decis 25 ou Buldok) à solução preservadora.

2- Os produtos utilizados no tratamento são tóxicos e requerem o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como capa plástica com protetor de cabeça, luvas de borracha nitrílica de mangas longas, botas de borrachas.


Fonte: Rural pecuária, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral

Mula trabalhando



Vídeo de uma mula que ajuda na cura dos bezerros nelore, muito bom.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Como fazer uma chocadeira manual

Preço do leite pago ao produtor sobe 1,2% em janeiro


Índice de Captação de Leite calculado pelo Cepea (ICAP-Leite) fechou 2010 com aumento de 3,05% em relação a 2009 - são apurados, por amostragem, os volumes médios diários nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Em Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná houve aumentos entre 4% e 6% na captação de leite no período, ao passo que, em Goiás, verificou-se diminuição. 


As adversidades climáticas continuaram limitando a oferta de leite em algumas regiões em janeiro. No sul do Rio Grande do Sul, a seca devido ao fenômeno La Niña afetou as pastagens e, com isso, a captação de leite. No Sudeste, em algumas regiões, as chuvas em excesso dificultaram principalmente o transporte do leite. 


Em janeiro, o preço médio pago pelo leite aos produtores teve leve aumento de 1,2% (0,9 centavo por litro) frente a dezembro de 2010, indo para R$ 0,7294 o litro (valor bruto). Em relação a janeiro de 2010, o valor atual apresenta valorização de 22%. 

Desde setembro do ano passado, quando as fortes quedas deram espaço à estabilidade ou mesmo a pequenas altas, o valor médio subiu 5,4% em termos nominais (sem descontar a inflação). Entre maio e agosto, entretanto, mesmo sendo período de entressafra na maior parte do país, o preço pago ao produtor caiu aproximadamente 13%. 

A expectativa de agentes do setor é de mercado firme. Para o pagamento de fevereiro (referente à produção entregue em janeiro), 63% dos compradores entrevistados – que representam 74,2% do volume de leite amostrado – acreditam em estabilidade de preços. A parcela de 22% dos representantes de laticínios e cooperativas (que respondem por 16% do volume da amostra) acredita em nova alta, enquanto 15% dos entrevistados (responsáveis por cerca de 10% do volume amostrado) esperam queda de preços. 

No mercado spot (comercialização entre as empresas/cooperativas), o leite cru continua nos mesmos patamares, o que reitera a expectativa da maioria dos compradores sobre preços firmes aos produtores. 


Desempenho por estado

O Rio Grande do Sul foi o estado que obteve a maior alta de preços em janeiro, de 4,6% (ou cerca de 3 centavos por litro) frente a dezembro de 2010, com litro indo para R$ 0,6815. O preço médio em Santa Catarina teve aumento de 1,9% (1,4 centavo por litro), passando para R$ 0,7514 o litro. No Paraná, houve alta de 1,1% (0,8 centavo por litro), com média de R$ 0,7553 o litro. 

Em São Paulo, o preço médio teve aumento de 1,2% (0,9 centavo por litro), com o litro a R$ 0,7146. Em Goiás e Minas Gerais, os preços se mantiveram praticamente estáveis. No estado goiano, houve leve alta de 0,4%, a R$ 0,7397 o litro e, em Minas Gerais, os preços tiveram leve recuo de 0,3%, a R$ 0,7211 o litro. Na Bahia, houve queda de 2,5% (1,6 centavo por litro), com a média caindo para R$ 0,6373 o litro.

Fonte: Revista globo rural

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Projeto visa reduzir perda do solo por erosão


Método desenvolvido pela Embrapa consiste na agricultura caracterizada por períodos de descanso da terra antes de voltar a produzir, aliada à rotação de culturas



Um projeto da unidade Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode reduzir os deslizamentos de terra por erosão do solo em até 80%. A prática é historicamente conhecida por produtores. Consiste na agricultura caracterizada por períodos de descanso da terra antes de voltar a produzir, aliada à rotação de culturas.

Pesquisadores da Embrapa Solos monitoram, há mais de dez anos, propriedades rurais no município de Bom Jardim, na Região Serrana do Rio de Janeiro, que utilizam a técnica agrícola. Lá são produzidos alternadamente inhame, feijão, mandioca, batata, batata-doce, maracujá e diversas outras culturas.

Os resultados demonstram que o processo erosivo, comum na região, é bastante reduzido. O uso conjunto dessas práticas evita deslizamentos de terra. As técnicas diminuem o transporte de sedimentos aos leitos dos rios, bem como os riscos de inundações após chuvas fortes, a exemplo das que ocorreram no início de janeiro na região.

– Avaliamos as propriedades onde executamos o projeto em Bom Jardim, após as recentes chuvas. As terras praticamente não sofreram danos – destaca o pesquisador da Embrapa Solos, Heitor Coutinho.

O sistema é considerado ideal para evitar futuros deslizamentos de terra em regiões montanhosas. Com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro Rio) e da Secretaria Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro, a Embrapa pretende expandir o projeto para outras áreas da Região Serrana, incluindo Teresópolis e Nova Friburgo. No futuro, a ideia é implantar esse sistema em outras localidades do país, também acometidas pelo mesmo problema.

Técnica

A rotação de culturas, que faz parte do processo, consiste em alternar espécies vegetais numa mesma área agrícola. As variedades escolhidas normalmente têm viabilidade comercial e de manutenção ou recuperação do meio ambiente. Para a obtenção de máxima eficiência da capacidade produtiva do solo, o planejamento de rotação considera aquelas destinadas à cobertura do solo, que produzam grandes quantidades de biomassa, fonte de nutrientes.

– A rotação permite o fortalecimento do solo com o plantio alternado de diversas culturas, principalmente as raízes, como batata e inhame, que dão estabilidade à terra – destaca o pesquisador da Embrapa.

Outro problema comum em propriedades da região é a baixa fertilidade do solo, que deixa a terra fraca e vulnerável. As plantas consideradas invasoras, daninhas, acabam melhorando a fertilidade quando essas terras descansam por um período mínimo de cinco anos. Pesquisas comprovam que a técnica é uma das melhores alternativas para manter a produtividade do solo, sem depender de insumos externos.

– O sistema de agricultura com períodos de descanso da terra antes de voltar a produzir, que estamos monitorando na região de Bom Jardim, tem funcionado muito bem no controle da perda de solos por erosão e redução do assoreamento (obstrução) dos rios – explica Heitor Coutinho, da Embrapa. A técnica fortalece o solo, já que a terra tem um tempo para poder se recuperar antes de voltar a ser utilizada.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Aumento de 67,5% no milho preocupa suinocultor paulista

O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, mostra preocupação com a alta de custos no setor.

O milho, que conforme a APCS, representa cerca de 65% do custo de produção do suíno, atingiu R$ 32,25/saca de 60 quilos esse mês contra R$ 19,25/saca de  janeiro de 2010, aumento de 67,5%.

Para Ferreira, um dos fatores que elevou o preço do grão foi a  exportação, que cresceu cerca de 39%, atingindo o volume recorde de 10,8 milhões de toneladas, contra 7,78 milhões de toneladas de 2009.

Na segunda (24/01), o suíno foi negociado a R$ 52/54,00 arroba, na Bolsa Paulista, contra R$ 55/56,00 arroba da semana anterior.



Fonte: Portaldoagronegócio

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Precocidade e fertilidade agregam valor ao gado de leilão, afirma pesquisa

Uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, avaliou o impacto dos atributos de qualidade em tourinhos de elite da raça nelore, comercializados em leilão. O resultado apontou que os itens que mais contribuem para a formação do preço dos animais em questão são a precocidade e a fertilidade. Para o autor do estudo, Yuri Calil, se o produtor focar a seleção nesses dois elementos, vai conseguir agregar valor ao rebanho. 

Para avaliar o quão precoce e fértil é um touro nelore, é preciso saber o perímetro escrotal do animal, o peso no desmame, o peso ao completar um ano, a musculosidade e o aprumo. No estudo, os bovinos que tinham sido classificados como excelentes (em precocidade e fertilidade) obtiveram um valor 11% superior, nos leilões, em relação aqueles classificados como muito bons. 

Segundo Calil, “o estudo apresenta uma ferramenta que todos os pecuaristas podem utilizar para estabelecer seus critérios de seleção, bem como montar estratégias em seus leilões”. Para ele, a importância da pesquisa reside no fato de que ela identifica os aspectos que mais valorizam os animais destinados à comercialização em leilão, que muitas vezes são responsáveis por boa parte da renda do pecuarista.



fonte: globo rural

Selo de procedência valoriza carne em até 40%

Registro de indicação geográfica certifica qualidade dos cortes mais nobres
O Pampa Gaúcho é conhecido como a “terra do churrasco”. Os produtores da região querem ser identificados não somente pelo sabor da carne preparada, mas também pela boa procedência do que vai para a churrasqueira.  Desde 2006, 73 produtores usam o registro de Indicação Geográfica fornecido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O selo certifica a qualidade da carne local em que os produtores se orgulham de não utilizar tempero. Juntos, os criadores da região reúnem um rebanho bovino de mais de cem mil cabeças. 


O selo garante valorização de até 40% no preço da carne, segundo o secretário-executivo da Associação dos Produtores de Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional (ProPampa), Rogério Jaworski. Só os cortes mais nobres recebem a etiqueta. 

A entidade mostra que a aceitação do produto tem sido positiva. Uma pesquisa de 2009 com 250 restaurantes e 50 atacadistas de todo o Brasil informa que 94% deles acham extremamente importante o selo de origem e a preservação ambiental. O levantamento foi feito pela ONG internacional Alianza Del Pastizal.

O produtor Fernando Adauto Loureiro de Souza atesta os resultados do estudo. Ele é dono de uma área de mil hectares onde pastam 1,2 mil bois. “Visitamos a Europa e vimos que os produtos de áreas com Indicação Geográfica levam um tempo para deslanchar. Mas, a indicação agrega valor ao produto e à região. Mexe com o brio do produtor. Passamos a ter um reconhecimento pelo diferencial que oferecemos”, afirma.

Para conquistarem o selo de Indicação Geográfica, os empresários se submetem a um programa de avaliação de conformidade, que analisa desde o processo de produção até o resultado final. Para ter o registro,  a carne deve ser originada de gado que se alimente exclusivamente de pastagens nativas, nativas melhoradas ou cultivadas de inverno, num regime de criação extensivo. Os animais têm de ser rastreados desde o nascimento. A carne produzida dentro desses conceitos obtém o selo do Inpi.

Fonte: Sebrae